sexta-feira, 6 de março de 2009

Do financiamento ao crime


Para alguns segmentos das sociedades desenvolvidas de primeiro mundo, o terceiro mundo miserável nunca passou de um mero laboratório experimental para todo tipo de idéias estapafúrdias e cretinas. Além do mais, o gosto de europeus pelo excêntrico e pelo bizarro é bem conhecido (no Brasil, não raro reclamam do aspecto “europeizado” do Rio Grande do Sul. Eles querem ver concretizada aquela idéia de Brasil como paraíso tropical caótico e maravilhoso). Neste espírito, não impressiona que grupos armados e regimes de natureza totalitária gozem de boa reputação, já que representam justamente isto: algo extravagante e completamente diferente de suas realidades de riqueza e prosperidade.

Leio na Folha notícia de que um grupo dinamarquês está sendo julgado por apoio financeiro aos grupos FARC, colombiano, e PFLP, palestino, ambos listados como terroristas pela EU (e ambos com discurso esquerdista). Nada de novo no fato, realmente. Europeus apoiaram e contribuíram, com dinheiro ou com palavras, boa parte da loucura do século passado, incluindo-se aí grupos como o Khmer Vermelho, políticas como a Revolução Cultural e regimes como o cubano. No caso destes dinamarqueses, que vendiam camisetas com estampas revolucionárias (aliás, o uso capitalista da iconografia socialista não deixa de ser em si uma grande ironia. Che que o diga!) o crime provavelmente não está em sua defesa do indefensável, mas no fato de reverter parte do que foi auferido pela venda destes produtos diretamente para os grupos em questão – financiar movimentos considerados terroristas em países estrangeiros.

Mas enfim, espiando a página deles, "fighters+lovers" (algo como lutadores e amantes) fica evidente aquela típica idealização do mundo por pessoas sonhadoras e ignorantes. Os termos mais empregados no site, liberdade, paz e justiça, são direcionados a um grupo que se financia com tráfico internacional de drogas e seqüestro aleatório de pessoas comuns e outro que usa homens-bomba para explodir lugares estratégicos, como pizzarias e mercados.

Lunáticos.

Assisti o vídeo promocional da empresa, um casal de belos jovens de olhar meigo transbordando esperança e boas intenções, falando sobre a luta pela liberdade, pela justiça, pela igualdade. O retrato perfeito do esquerdista típico.

Comentário oportuno: ao que parece na Dinamarca financiar o crime é crime também, mesmo que a entidade financiada esteja sediada no estrangeiro. Bem diferente do que acontece em nosso país, onde o crime, parece, é justamente denunciar o financiamento do governo a um grupo clandestino com verba pública, como esta acontecendo com Gilmar Mendes, chefão do STF.

Imagem: como os hippies da minha cidade, que vendem camisetas com estampa do Che no calçadão. Com a diferença do cheque enviado para a guerrilha...

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