sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Quando a vida imita a arte


Episódio do Hermes & Renato que ilustra a jornada das últimas semanas na loja.
"Pedreiros da PQP"

Imagem: peguei daqui

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A grande porta dos fundos


Os deputados aprovaram projeto que determina que metade de todas as vagas nas universidades federais e escolas técnicas sejam reservadas para negros e estudantes oriundos do sistema público de ensino.

Por um lado, o Estado não apenas assume que raças existem como também pretende oferecer tratamento diferenciado com base na cor da pele de seus cidadãos, por outro reconhece que as escolas públicas são umas merdas, mas não pretende fazer nada para mudar esta realidade.

Disto resulta que a porta dos fundos de nossas universidades agora tem mesmo tamanho da porta da frente. Que as notas e médias sejam sempre publicadas, para que aqueles que não conseguiram entrar pela porta da frente saibam que tiveram suas vagas tomadas pelos que optaram espertamente pela fácil porta dos fundos.

Brasil, um país de todos?

Imagem: Já é um lixo, pode ficar pior.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A marcha do islamofascismo


Em mais um capítulo grotesco e indescritível do islamofascismo internacional, uma criança taleban de doze anos decepa a cabeça de um refém. Não vou postar o filme ou o link. Não acrescentaria nada, e apenas saber que tal atrocidade foi cometida deve bastar. Jornalistas decapitados, reféns queimados vivos, mulheres lapidadas, gays enforcados. A loucura islâmica marcha sobre o mundo e pouco se faz a respeito.

E não venham me falar sobre os milhões de muçulmanos que não arrancam a cabeça de seus desafetos. O Corão está repleto de passagens incitando a matança de infiéis e o próprio Maomé, um guerreiro, usava da força da espada para espalhar a palavra de Allah.

O que os "jihadistas" modernos fazem é usar o Corão da maneira mais autêntica possível: espalhar a fé islâmica ao estilo de Maomé.

ALLAH UH AKBAR!

Imagem: lembra da caricatura de Maomé publicada em um jornal interiorano da Dinamarca? Pessoas morreram por causa disso, e o artista foi jurado de morte. Piada? Não, Islamismo.

Amado e Stalin


Ontem comentei um livro que li recentemente, o Propaganda Monumental, sobre as desventuras de uma stalinista fanática que levara para seu apartamento uma enorme estátua do “paizinho dos povos” e vê o adorado regime desmoronar ao longo dos anos. Hoje leio no blog do Cristaldo um trecho de O Mundo de Paz, do celebrado (celerado) escritor nacional Jorge Amado, sobre Stalin:

“Vós sabeis, amigos, o ódio que eles têm - os homens de dinheiro, os donos da vida, os opressores dos povos, os exploradores do trabalho humano - a Stalin. Esse nome os faz tremer, esse nome os inquieta, enche de fantasmas suas noites, impede-lhes o sono e transforma seus sonhos em pesadelos. Sobre esse nome as mais vis calúnias, as infâmias maiores, as mais sórdidas mentiras. ‘O Tzar Vermelho’, leio na manchete de um jornal. E sorrio porque penso que, no Kremlin, ele trabalha incansavelmente para seu povo soviético e para todos nós, para toda a humanidade, pela felicidade de todos os povos. Mestre, guia e pai, o maior cientista do mundo de hoje, o maior estadista, o maior general, aquilo que de melhor a humanidade produziu. Sim, eles caluniam, insultam e rangem os dentes. Mas até Stalin se eleva o amor de milhões, de dezenas e centenas de milhões de seres humanos. Não há muito ele completou 70 anos. Foi uma festa mundial, seu nome foi saudado na China e no Líbano, na Rumânia e no Equador, em Nicarágua e na África do Sul. Para o rumo do leste se voltaram nesse dia de dezembro os olhos e as esperanças de centenas de milhões de homens. E os operários brasileiros escreveram sobre a montanha o seu nome luminoso”.

Imagem: "Stalinator", peguei daqui.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Propaganda Monumental


Sátira divertida e sarcástica que usa uma stalinista fanática pra contar a história da União Soviética no século passado. A protagonista é uma criatura absurda (mas típica) que resolve, após a queda do amado líder, levar para seu apartamento estatal uma enorme estátua de Stalin feita em ferro vagabundo (daí o título da obra). A coisa de ferro adquire personalidade e passa a interagir com a mulher, que vê ao longo dos anos o regime afundar lentamente. Paralelamente outras histórias correm, para dar uma noção mais geral sobre a situação política da antiga URSS e são igualmente divertidas. O livro tem o mesmo clima do filme “Adeus Lênin”, nostálgico e absurdo.

Imagem: Propaganda Monumental, de Vladímir Voinóvitch.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Expectativas deste blog


Iraque: A situação não é calamitosa como em 2006, quando a derrota se tornou iminente. Os americanos viraram o jogo com uma inteligente rede de alianças tribais e atualmente a situação é a mais estável desde o início da ocupação. Sair agora é trair o povo iraquiano e entregar o país aos diversos grupos e organizações radicais islâmicas. É ter a certeza de que outra teocracia irá surgir na região (provavelmente xiita, e provavelmente aliada do Irã). Pior, é ter certeza de que mais tarde, em função destas organizações terroristas, uma nova invasão seja necessária. Obama sabe disso. Não sai de lá tão cedo.

Afeganistão: Conhecida como a "Guerra Esquecida", será a "Guerra do Obama". Tenho certeza que ele vai tentar trazer a cabeça do quase-xará Osama em uma bandeja. Pelo menos o serviço será terminado.

Irã: Inimigo. Obama, acredito, será tão duro quanto Bush no que diz respeito aos aiatolás atômicos. Não haverá espaço para discussão caso Ahmadinejad insista no projeto nuclear. Pior, talvez com o recrudescimento do discurso da teocracia maometana, Obama entre no país em alguns anos.

Chavéz, Morales, Kishner, Fidel e demais idiotas latino-americanos: Nada. A América Latina atualmente não representa muita coisa para os gringos. Com possível exceção da Venezuela em função do petróleo. Mas nesse caso, Chavéz será tratado como merece: um ditadorzinho de meia pataca falastrão e ignóbil. E “embargo” cubano? Continua, caso o regime mantenha seu próprio embargo contra seu povo.

Claro, Obama será mais diplomático do que Bush no sentido de dar maior espaço para o diálogo, mas acredito que isto será mais um jogo de cena do que interesse honesto. Talvez ele assine tratados ambientais, dialogue mais com a ONU, seja um bom rapaz e coisa e tal. Mas daí a cumprir estes tratados e respeitar decisões da ONU são “outros quinhentos”. Maquiavelicamente falando, mais importante do que ser virtuoso é parecer virtuoso.

Nada muda, realmente. As diferenças maiores se darão internamente. O resto do mundo poderá contar com o velho bullyboy de sempre. Mas agora com um visual mais sofisticado.

Imagem: o velho Tio Sam não foi embora, podem ter certeza. Desenho do Cox and Forkum.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Questão cubana


Pode haver capitalismo sem liberdade, mas não há liberdade sem capitalismo. Olhe o mundo: a China é indubitavelmente capitalista, no entanto, onde está a liberdade, a democracia? Agora tente encontrar um lugar onde exista democracia e liberdade civil, mas que não exista capitalismo mesmo em uma forma mais básica. Não sei de nenhum.

Cuba pode seguir, e provavelmente seguirá se tiver chance, o exemplo chinês. Com certeza as condições gerais do povo, com o fim do “embargo” (que na minha opinião não é embargo, mas boicote) e um estímulo capitalista mudaria o cenário lamentável da ilha. Existe potencial para produzir mais do que charutos naquela ilha, tenho certeza. Mas, mesmo assim, não haveria necessariamente liberdade.

Os líderes cubanos que clamam pelo vil metal americano o fazem espertamente: enriquecem o país, alimentam seu povo e ainda podem manter o regime tal qual sempre foi. Cai o “embargo” externo, mas se mantém o interno, muito pior e mais violento, como bem disse Yoani em seu blog.

Que Obama faça uma boa barganha. Derrube o boicote, mas só depois que os generais geriátricos e a múmia comunista derrubar o seu.

Imagem: Cox and Forkum

Pax Romana


A oratória impressiona. Fala como os antigos líderes dos livros de História. A postura impecável de Barack Obama, para todos os efeitos um negro, ainda dá o tom épico da vitória. Afinal de contas, o Estados Unidos é a pátria do racismo, do preconceito e do conservadorismo, certo? Tanto quanto o Rio Grande do Sul é a terra do machismo, mas elegeu uma mulher.

Que mais não seja, pelo menos alguns tabus e preconceitos alimentados durante muito tempo contra os gringos talvez sejam revistos. De resto, a fórmula democrata de governar em muito se assemelha ao que existe no Brasil lulista. Alta carga tributária para financiar assistencialismo, protecionismo nacionalista, liderança populista, etc. Mas duvido que a política externa mude em alguma coisa. Os inimigos ainda estão lá, e presidente nenhum pode dar as costas a eles sob o risco de cair em desgraça junto ao seu povo.

As guerras, invasões e “políticas intervencionistas” devem continuar normalmente, o que vejo como algo positivo. A luta por poder no teatro internacional nunca cessa, e prefiro ter uma república democrática na vanguarda do planeta do que alguma teocracia maometana atômica. E muitos desses inimigos já se manifestaram favoráveis ao novo presidente, mas creio que com a idéia de encontrar ali uma fraqueza, não uma aliança.

Não, Obama não traz a “paz e união”. Não no sentido que seu eleitorado espera. Ele não é, nem pode ser, um pacifista. A paz que ele traz é a paz de Roma. E a pax romana é uma paz armada e agressiva.Que seja!

O discurso da vitória, em duas partes: Parte 1 e parte 2

domingo, 2 de novembro de 2008

Dividir para conquistar


Não bastassem as reservas de vagas em universidades e em alguns concursos públicos, um ministério próprio (o da “Igualdade Racial”), publicações que exaltam a raça entre outras coisas, agora os negros do Brasil poderão ser agraciados com um novo privilégio: a delegacia do negro.

Não, não é piada. A depender do ministro Edson Santos, da tal Igualdade Racial, os negros (e talvez outros grupos minoritários como ciganos e judeus) devem ter direito a um serviço policial exclusivo, inteiramente dedicado às questões da negritude no país. A idéia é seguir o exemplo da delegacia da mulher. Suponho que tal como acontece com as mulheres e sua Lei Maria da Penha, logo virá uma Lei dos Negros, compilando todas essas benesses em um único corpo. Faria sentido. Índios já possuem legislação própria, correto?

Não precisa ser vidente para perceber um futuro negro, com perdão do trocadilho, despontando no horizonte. Leis raciais, pela lógica, tendem a agravar a questão racial uma vez que institucionalizam a questão. Se antes raça era um conceito reacionário e atrasado hoje é reconhecido e tutelado pelo Estado. Raças existem, e pessoas de raças diferentes devem ser tratadas de formas diferentes, diz o legislador.

Dedicar um departamento policial para um segmento da população é um erro terrível. A caça as bruxas está prestes a começar e eu não quero estar por perto. Ao inferno com este país de loucos.

O Globo: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/10/28/governo_quer_abrir_delegacias_raciais_no_pais-586163940.asp

Estadão: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081101/not_imp270498,0.php

Imagem: Qui prodest?

sábado, 1 de novembro de 2008

Ironia é para poucos


Aconteceu semana passada aqui em Pelotas. Uma funcionária pública de 42 anos, casada com um negro, militante de movimentos sociais e sindicalista, escreveu artigo irônico sobre a questão das cotas raciais no jornal do sindicato. O Movimento Negro, muito indignado com o que não havia entendido (ironia é para poucos, parece), fez registro de ocorrência de crime de racismo.

Dias depois a mulher se reuniu com líderes do movimento racista, digo, racial para tentar esclarecer a questão, sem sucesso. Quer dizer, segundo a coordenadora no Movimento Negro, Maritza Freitas, o povo do movimento até entendeu o que a sindicalista quis dizer, mas decidiram não retirar a queixa na delegacia. Confuso? Também achei. “Ela fez os esclarecimentos necessários e nós entendemos, mas o que fica é um texto publicado com notória escrita racista, por isso deixaremos a ação seguir seu caminho. Este episódio deve servir de lição para as pessoas lembrarem que ao escrever sobre os outros e suas marcas é preciso fazer isso com responsabilidade”. Em outras palavras, entenderam que a autora não é racista, mas não gostaram de seu texto, logo mantiveram o registro policial. E dona Maritza ainda fez uma ameaça velada aos que se atreverem a escrever textos que não os agrade.

Mas a ignorância na questão não se limitou apenas aos negros do movimento, um professor de Literatura da UFPel parece desconhecer o que é ironia: “O texto é preconceituoso, especialmente na sua primeira parte, porque a autora assume esse discurso racista, mas não apresenta elementos contraditórios capazes de frisar a ironia e desfazer a idéia de que ela pensa assim”. Ora, quer dizer então que uma ironia precisa vir seguida de uma explicação que derrube a ironia? Não pode haver texto escrito com ironia do início ao fim?

A situação, por si só, já é carregada de ironia: uma legítima gauche, esquerdista até os ossos, escreve um texto pró-cotas que os cotistas não entendem. Deus, o mundo está perdido.

Notícia na ZH: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2277216.xml&template=3898.dwt&edition=11006§ion=1003

Blog Amigos de Pelotas: http://www.amigosdepelotas.com/2008/10/caso-de-suposto-racismo-revela.html

Imagem: "Duh"