sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ser rico es malo



Hugo Chavéz, matreiro que só ele, prevendo que seu governo irá inexoravelmente arruinar a economia já debilitada do país, parece estar lançando a campanha “ser rico es malo” (do que se depreende que ser pobre é... bom?). Enfim, a campanha é levada a cabo até em escolas, entre crianças:

http://www.dailymotion.com/relevance/search/chavez+ricos/video/x98xqy_ricochavez_news

http://www.dailymotion.com/relevance/search/chavez+ricos/video/x95bel_ser-rico-es-malo_news

E contamos no Brasil com uma legião de fãs e admiradores deste brucutu terceiro-mundista, inclusive e principalmente no governo. Ah, pobre América!!

Cartoon: www.diogosalles.com.br

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tudo dominado


Coisa que nunca me preocupou muito foi violência urbana, com seus índices de crescimento, suas manchetes. E a razão disto é que a cidade em que vivo, Pelotas, apesar de pobre e contar com um bom contingente de marginalizados nunca foi conhecida por sua criminalidade. Homicídios? Em sua forma culposa, ou talvez por motivação passional. Eventualmente um latrocínio. Mas o crack mudou isso.

Não sei dizer quando começou, acho que ninguém sabe com certeza, mas fato é que a cidade não é mais a mesma. Nos quatro primeiros meses do ano já morreram vítimas da violência urbana a totalidade do que no ano passado esta mesma violência vitimou. E em comum a quase todos os crimes a maldita da pedra pode ser encontrada, direta ou indiretamente. Além da violência contra a vida, os furtos na cidade também decolaram. Desde tampas de bueiro, lâmpadas, roupas de varais até furtos em residências (com os residentes dentro) qualquer coisa que pode ser carregada é alvo de viciados desesperados. Desesperados e armados.

A tal da violência urbana que nunca me tirou o sono, nunca me preocupou, afinal chegou até a porta de casa, literalmente. Na esquina, um bar que fornecia os vícios que qualquer bar suburbano oferece em tempos de normalidade, como maconha e cachaça, começou a vender pedra. Ali compram e ali fumam. Durante a noite às vezes ouvimos tiros. “Alô? Polícia? Tão dando tiro aqui na frente de casa.” Mas a polícia nunca vem, e nas vezes que resolvem aparecer já passaram várias horas. Ou já amanheceu. Mas com um salário de 700 pila eu não culpo os brigadianos, sei bem como é sensação de colocar o seu na reta com um 38 enferrujado e colete balístico com validade vencida.

Até o momento todas as casas da rua foram invadidas, furtadas, roubadas. Acho que logo chega nossa vez. O que fazer? Pouca coisa. Vamos colocar grades nas janelas do fundo e tentar isolar o andar superior. E esperar. Com sorte só levam algumas bugigangas para trocar por crack e nos deixam inteiros. É estranha a sensação de solidão que a situação promove: em uma cidade com quase meio milhão de habitantes, estamos todos sozinhos quando anoitece.