quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O que não fazer


Desde que a crise econômica mundial começou o culpado foi identificado, quase unanimemente, como o capitalismo liberal. O culpado, dizem, é o mercado livre, desregulado, anárquico. E o salvador da pátria, olha que impressionante, é o Estado, o governo. O político. Muito conveniente, hein? E deixam a entender, assim, que existe realmente um capitalismo liberal em estado puro. Não existe. Não no planeta em que vivo pelo menos. Todos os países, em menor ou maior grau, interferem em suas economias através do protecionismo, da reserva de mercado, do controle de preços, da concessão de privilégios, das políticas salariais. Muitos governos apelam à política inflacionária, ao assistencialismo barato que sai caro aos contribuintes, aos gastos idiotas com grana do erário, ao estabelecimento de monopólios. Não há país cujo governo não olhe para o próprio tesouro e o bolso de seus cidadãos sem que o diabinho do ombro esquerdo lhe sopre aos ouvidos como seria bom meter a mão ali e resolver todos os seus problemas. Alguns de fato sucumbem a esse diabinho...

Mas enfim, no blog do amigo Maia de quando em vez tropeço em artigos dos que apontam a livre economia de mercado como responsável pelas mazelas do mundo, e foi a leitura de um destes artigos que me levou a escrever este post. Diz o Maia, acertadamente, nos comentários do post: “Quem conhece os balanços dos grandes grupos sabe muito bem que muito dos créditos que ali estão arrolados como ativos não são ativos, são créditos podres. E o Estado americano fez vista grossa aos balanços dos grandes grupos e deixou a bolha estourar”. Mas as bolhas sempre estouram. O problema vem em seguida. O que fazer? Segue minha resposta, também na área de comentários do post em questão (por sinal, o post é um artigo sobre o economista inflacionário keynes).

“Se o problema é crédito furado, não lastreado, então a tendência são estes empreendimentos quebrarem, falirem na primeira dificuldade. Se isso não acontece (a morte natural de um negócio deficitário) alguma coisa está errada.

A intervenção começa quando estes empreendimentos, que disfarçaram seu verdadeiro balanço e quebraram na seqüência são resgatados logo em seguida pelos governos. Que é o que normalmente acontece!

O mercado não permite que negócios furados tenham vida longa. Quem permite são os governos que, em função da pressão de certos grupos (ou até com a boa intenção de tentar salvar empregos e finanças de pessoas de boa fé que dependem do negócio em questão), acabam por "resgatar" estes negócios de uma morte certa. Mas as leis do mercado são inexoráveis, e as bolhas estouram. Sempre. Mesmo que demore, como é o caso das bolhas dos países ricos.

Que o Estado fiscalize a conduta destes entes financeiros, não há problema, é sua função. Quando identificado uma ilegalidade, que se punam os responsáveis. O mercado cuida do resto.

A transparência nas atividades financeiras seria facilmente atingida caso os grupos que agiram de má fé e maquiaram seus verdadeiros números fossem punidos pelo mercado com sua morte econômica.

Mas o exemplo que estamos dando é outro: façam o que quiser, enganem, se acharem necessário! Se por acaso o fantasma da falência começar a assombrar, lhes daremos milhões, bilhões!! Nunca quebrarão!

Não é por nada que fazem o que fazem..."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Batman e o terror*


*este post não deve ser lido por quem ainda não viu, e pretende ver, o último filme do Batman, the Dark Knight.

Quando vi Dark Knight, último filme da franquia Batman não tive como não entender a película como uma alegoria da guerra ao terror, deflagrada depois do 9/11. As referências eram explícitas demais, apesar de não ter lido na época comentários a respeito. Desde o discurso do Coringa ("It's not about money... it's about sending a message..."), sua pregação do mal e do caos, o uso de um homem-bomba (acionado, aliás, por celular ao estilo IED, forma mais comum de atentado no Iraque e maior causa de baixas militares americanas), a execução de um refém capturada em vídeo e transmitida a população, o uso de um RPG (depois do fuzil russo AK-47, arma mais adotada por militantes islâmicos), a tentativa de controlar a seu favor a população da cidade usando o terror (a cena em que ele diz que, caso não matem um certo cidadão ele explodirá o hospital da cidade, é exemplar. Além da cena dos navios) até a forma como Batman combate a ameaça terrorista personificada no Coringa (com cenas a la Guantanamo, quando Coringa está preso, e grampeando todos os celulares da população, em uma explícita violação dos direitos individuais) são muito evidentes para serem apenas coincidências. O fato do promotor da cidade, que pretende combater esta nova ameaça pelos meios legais, falhar miseravelmente também é uma mensagem: contra o terrorismo motivado por uma idéia fixa de destruição e extermínio, não há se falar em meios éticos ou legais. Ou diplomáticos. É luta por sobrevivência e, neste caso, vale quase tudo (quase, porque o Cavaleiro das Trevas se nega a executar o Coringa, quando tem a chance).

Segue o link para o artigo que motivou o presente post: http://hnn.us/articles/53504.html

sábado, 10 de janeiro de 2009

Sobre pacifistas e islamofascistas II




Seguem mais charges do Cox and Forkum sobre os pacifistas do movimento anti-war:



Sobre pacifistas e islamofascistas



Desde que começou a ofensiva de Israel contra o grupo terrorista Hamas, há umas duas semanas, tudo que leio, ou ouço, são críticas negativas contra a iniciativa do país. São os pacifistas de momento se manifestando contra a desproporção do combate. E oferecem sua fórmula mágica para contornar a complicada questão: os meios diplomáticos.

Ou estas pessoas ignoram totalmente o que está acontecendo, ou estão agindo de má fé. Não deve haver quem acredite ser possível dialogar com grupos terroristas que pregam o extermínio de um povo e a destruição de um país. Estas pessoas não devem acreditar, realmente, ser possível, por exemplo, dialogar com grupos como Al Qaeda, Jihad Islâmica ou Hizbollah. Mas, não obstante, no caso do Hamas o diálogo foi efetivamente tentado. Em vão, como se pode observar.

A maioria destes pacifistas de última hora não são tão ignorantes, eles simplesmente assumiram uma posição. O que não está errado! Todos têm direito a possuir uma posição, seja ela qual for. O que falta é honestidade intelectual para expor abertamente que no atual momento de crise entre o Ocidente e uma ideologia islâmica radical, eles apostam suas fichas na segunda opção.

E, em geral, esta gente toda que não pensa duas vezes em condenar o combate ao terrorismo (sem nunca assumir explicitamente apoio aos terroristas) tem algo em comum: compartilham, ou já compartilharam no passado, a ideologia que mais matou seres humano na História. Pode e deve haver exceções, claro, mas são poucas. A esquerda continua congregando idiotas pelo mundo.

Imagem: uma das maiores perdas que senti desde que comecei a usar blogs, há uns cinco anos, foi quando o Cox and Forkum encerraram suas atividades. Os cartoons eram geniais, tanto a arte quanto contexto. E nunca perdiam a chance de tirar uma dos pacifistas que mobilizavam campanhas anti-guerra.